Chatear e encher
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”.
Chatear é assim:
Você telefona para um escritório qualquer na cidade.
– Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
– Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
– O Valdemar, por obséquio.
– Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
– Mas não é do número tal?
– É, mas aqui não trabalha nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
– Por favor, o Valdemar já chegou?
– Vê se te manca, engraçadinho. Já não lhe disse que esse Valdemar nunca trabalhou
aqui?
– Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
– Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
– Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
– Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes.
1 - O que acontece nas conversas que provocam a impaciência de quem atende o telefone?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 - Quais são as dicas dadas no texto para chatear quem atende o telefone?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 - Quando a situação descrita deixa de chatear e passa a encher quem atende, segundo o narrador?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4 - A situação descreve um trote por telefone. Explique com suas palavras o que é um trote.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 - Releia este trecho.
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
- Por que as coisas ditas por quem recebe o trote são impublicáveis?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- Onde não poderiam ser publicadas?
______________________________________________________________
- O que a pessoa que recebia o trote estava sentindo naquele momento
____________________________________________________________________________________________________________________________
6 - No início da conversa pelo telefone as repostas de quem atende são educadas. No decorrer das ligações essa relação se mantém ou se modifica? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7 - Cite um dos recursos que aparecem nessa crônica para provocar humor.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8 - Assinale as alternativas que melhor explicam as características de uma crônica.
( ) O cenário onde os acontecimentos se desenvolvem são espaços familiares aos personagens.
( ) O humor é uma característica marcante.
( ) Os acontecimentos não se referem a fatos comuns ao dia a dia das pessoas.
( ) Os personagens são seres humanos normais como qualquer um de nós.
( ) As crônicas narram fatos comuns ao dia a dia.